Por: Elaine Patricia Cruz. Fonte: Agência
Brasil
Edição: Jorge Luiz da Silva
Serrinha, BA (da redação Itinerante do Blog MUSIBOL)
Foto: Claudio Marques
Reunidos em São Paulo,
representantes de torcidas organizadas de todo o país assinaram hoje (7) um
manifesto pela paz no futebol elaborado pelo Ministério do Esporte. No
documento, eles se comprometem a atuar no combate à violência nos estádios,
respeitar o Estatuto de Defesa dos Direitos do Torcedor, divulgar as ações do
manifesto às torcidas e cadastrar seus membros no site do ministério.
Ao ministério caberá zelar pelo
cumprimento da legislação esportiva e do Estatuto de Defesa dos Direitos do
Torcedor, além de disponibilizar a ouvidoria para o recebimento e
encaminhamento de denúncias. O acordo foi assinado à tarde, durante o 1º
Seminário Sul-Sudeste de Torcidas Organizadas. A entidade que descumprir os
compromissos assumidos no manifesto poderá ser excluída pelo ministério.
Segundo o órgão, 34 organizações participaram dos dois dias do seminário.
Foto: Revista Brasilia
Na cerimônia de encerramento do
seminário, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, defendeu a existência desses
grupos. “Por que proibir a torcida? Se há uma briga, o melhor seria encontrar
quem brigou, o responsável pela agressão. Responsabilidade coletiva é uma coisa
que só vi no nazismo”, disse o ministro, ao criticar o fato de se querer
atualmente punir as organizadas por causa de atos de violência cometidos de
forma individual.
Aldo Rebelo reconheceu a importância
dassas organizações nos estádios. “Nossa ideia é fazer dessa ação e dessa
iniciativa [do seminário] uma valorização do torcedor e da torcida e criar um
programa que ajude a combater a violência, que é inaceitável”, completou o
ministro.
Foto: br
Os representantes das organizadas
também se reuniram
durante o seminário e elaboraram documentos, entregues hoje
ao ministro, com uma série de reivindicações e propostas. “Foram dois
documentos. O ministério resgatou um documento, de quatro anos atrás, que era
um manifesto com algumas conduções e indicativos para a luta pela paz nos
estádios”, disse Alexandre Cruz, diretor
da torcida Sangue, do Santos. Entre os pedidos dos torcedores estão a volta dos
bambus e das bandeiras aos estádios, que foram tirados por leis estaduais.
“Aproveitamos também para revogar um
artigo que trata da criminalização coletiva de atos individuais”, completou.
Segundo ele, as organizadas querem que atos violentos cometidos por algum
torcedor sejam punidos mas de forma individual, ou seja, de acordo com a
conduta do torcedor e que a organizada não seja criminalizada por isso.
Para ele, a violência nos estádios
pode ser evitada com maior organização e união das torcidas e incentivo do
governo. “Não temos uma organização que nos represente. Mas além de nos
organizarmos, precisamos que o governo crie incentivos e ações para podermos
levar para dentro das nossas organizações, tal como acontece com os sindicatos,
com as escolas e com outras instituições.”
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