Por:
Emerson Gonçalves. Fonte: Globo Esporte
Edição:
Jorge Luiz da Silva.
Salvador, BA (da redação itinerante do Esporte
Comunitário)
CARA DA RIQUEZA
Antes de
mais nada: esse trabalho apresenta apenas e tão somente os valores estimados
para os times, vale dizer, o elenco principal de cada um deles, e nada,
absolutamente nada tem a ver com valor de marca, história, patrimônio, tamanho
de torcida ou receitas.
Simplificando:
é a soma dos valores estimados de cada um de seus jogadores.
Esses
valores são levantados de acordo com os critérios da Pluri Consultoria,
responsável por ele.
Ah, sim, em
tempo: o valor da multa rescisória ou o valor de transferência de um atleta,
nada tem a ver com o seu valor estimado de mercado de acordo com esse estudo,
pois não são levados em consideração em sua formação.
Esse é o
terceiro ano que a Pluri apresenta esse trabalho, ao lado de outros específicos
sobre o Brasil e América do Sul. Em 2013, os 100 times mais valiosos do mundo
chegaram ao final do ano com um valor estimado de € 14,6 bilhões, um
crescimento de 5,1% sobre 2012.
O valor
médio de cada jogador evoluiu 6,6% e chegou a € 5,4 milhões.
Barcelona e
Real Madrid, sem surpresas, mantiveram-se em primeiro e segundo lugares.
O Bayern,
confirmando sua ascensão no campo, passou de quinto para terceiro, o Manchester
United caiu para a sexta posição, atrás do City e do Chelsea.
Pós-Ferguson,
fica clara a transição por que passa o United em campo, enquanto no marketing
segue de vento em popa mundo afora.
Considerando
os valores médios dos jogadores, temos uma inversão:
Real Madrid
em 1º e Barça em 2º, com o Manchester City em 3º lugar.
Essa é uma
lista exclusiva: só tem europeus.
Opa, nem tanto, ela é quase exclusiva:
4
times brasileiros aparecem nela, reduzindo os europeus para “apenas” 96.
Os
brasileiros
Os
brasileiros entre os 100 + de 2013 são o Cruzeiro, Corinthians, Internacional e
São Paulo.
Sem grandes
motivos para festejos, entretanto, uma vez que o primeiro brasileiro é somente
o 82º da lista.
Uma nota
chata, mas condizente com a queda de 25 para 21 jogadores em ação no Brasil
entre os 100 + do mundo (ver post anterior): os 7 clubes brasileiros de 2012
passaram a ser 4.
Saíram da
lista dos 100 + o Santos, Fluminense, Atlético Mineiro e Grêmio.
Entrou o
campeão brasileiro de 2013, o Cruzeiro.
Esses quatro
times que saíram da lista dos 100 + e outros doze brasileiros estão entre os
400 mais valiosos do mundo.
O valor de
mercado dos clubes Brasileiros entre os 100 maiores caiu 59,8%, passando de € 592
milhões para € 238 milhões.
O maior
valor foi atingido em 2011: € 626 milhões.
Entradas
& Saídas
Entraram 15
novos nomes na lista, com 14 europeus ao lado do Cruzeiro: Monaco (França),
Eintracht-Frankfurt e Freiburg (Alemanha), Cardiff e Crystal Palace
(Inglaterra), Catania e Sassuolo (Itália), Kuban Krasnodar e Krasnodar
(Rússia), Bursaspor (Turquia), Standard Liége e Club Brugge (Bélgica), Real
Betis (Espanha) e Feyenoord (Holanda).
Saíram, além
dos quatro brasileiros: Toulouse, Montpellier (França), Villareal, Malaga,
Granada e Getafe (Espanha), Bologna e Palermo (Itália), Blackburn, Bolton e
Wolverhampton (Inglaterra).
Medalhistas
no Salto em Altura
Medalha de
ouro para o Monaco, turbinado por petrodólares ou petroeuros, tanto faz, que
nem aparecia entre os 100 + e já ocupou a 17ª posição de time mais valioso.
O salto de
posição e a valorização de 347% do Monaco foram tão grandes, que em segundo
lugar aparece o Southampton, com 64% e depois o Cruzeiro e o Real Sociedad, com
53% de valorização.
Sem medalha,
mas líder no salto para baixo, aparece o Santos. Sem Neymar, e como já era
esperado, passou da 40ª posição para a 162ª, perdendo 63,1% do valor, superando
o São Paulo, que perdeu 52,9%, não só pela saída de Lucas. Em terceiro lugar
nas quedas, um time russo: o Anzhi, que caiu 49,8%.
Países
Inglaterra
em primeiro lugar: 22 clubes, com valor total de € 3,9 bilhões. Depois, bem
abaixo, vem a Espanha com 9 clubes e valor total de € 2,1 e Itália, com 14
clubes valendo € 2,1 bilhões.
Os 100
jogadores estão divididos por 14 países, entre os quais o Brasil ocupa a 10ª
posição, depois de ter sido o 7º em 2012.
Entre os
principais países, os clubes da Bélgica (+126%) e da Rússia (+18,6%) foram os
que apresentaram maior elevação média de valor, enquanto os clubes brasileiros
(-59,8%) e holandeses (-17,4%) tiveram as maiores perdas.
Comentário
do OCE
Nossos
clubes continuam não tendo condições de competitividade com os europeus, apesar
de alguns números de faturamento impressionarem. Os jovens valores optam por
deixar o país rumo à Europa, não só por dinheiro, mas também por maiores e
melhores perspectivas. E para jogar num futebol que, de maneira geral, está em
melhor condição técnica que o nosso. A política de trazer jogadores veteranos ou
alguns nem tanto, mas já sem mercado entre os clubes europeus, cria alguma
ilusão, mas deixa a desejar em resultados mais consistentes, levando à formação
de times efêmeros, que não poucas vezes não duram uma temporada.
É possível
que a introdução do Fair Play Financeiro, se realmente acontecer, altere esse
quadro. O grande problema será manter os torcedores satisfeitos, o que só
acontece, entre nós, com títulos, títulos, títulos… Nossos clubes, todavia,
estão a precisar de futebol e não de títulos. Porque atrás dos títulos há
sempre uma montanha de contas a pagar. Que não são pagas, são jogadas para o
futuro, criando um círculo vicioso de saída muito difícil, em vias de se tornar
quase impossível. A menos que…
A menos que
o Estado propicie mais um perdão de dívidas, devidamente disfarçado por
prestação de serviços, formação de atletas olímpicos e outras bonitas
promessas.
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