Por: Raphael Roque.
Fonte e Imagens: Globo Esporte.
Edição: Jorge
Luiz da Silva
Salvador, BA (da
redação itinerante do Esporte Comunitário)
Segundo matemático Oswald de Souza, com 47 pontos ainda há ameaça.
'Melhor rebaixado' nas últimas sete edições é o Coritiba de 2009, com 45
Para os times que brigam na parte de baixo da tabela do
Brasileiro, na incômoda proximidade com a zona de rebaixamento, qualquer ponto
é suado e pode fazer a diferença ao fim da 38ª rodada. E neste ano há grande
chance de o caminho para a salvação ser um pouco mais árduo. Segundo o
matemático Oswald de Souza, neste momento os números apontam para um risco de
queda de 40% para quem chegar aos 45 pontos, o máximo que um time somou e ainda
assim acabou rebaixado, o Coritiba da edição de 2009.
Foto: arte esporte |
Baseado na situação atual, o limite para que um candidato à degola
seja considerado livre de risco é 48 pontos, segundo Oswald. Isso representa um
aproveitamento de 42,1%, bem acima dos 39,4% daquele time do Coritiba de 2009.
Na verdade, é um desempenho superior a oito times do atual Brasileiro: Fluminense (41,7%), Portuguesa (40,5%), São
Paulo (40,5%), Coritiba (40,5%), Criciúma (38,1%), Vasco (38,1%), Ponte Preta
(31%) e Náutico (20,2%).
Se o time somar 47 pontos, o risco ainda é pequeno, de 5%, mas
existe. Com 46 pontos, são 15%; e quem chegar aos 45 tem 40% de risco. Daí para
baixo, a coisa fica bem mais complicada. Os 44 pontos ao fim da 38ª rodada
representam um perigo de 64%, enquanto o risco de cair para quem só conseguir
43 pontos é de assustadores 83%. Como comparação, das sete edições disputadas
sob o atual sistema, de pontos corridos com 20 clubes, apenas em 2009 os 45
pontos não foram suficientes para livrar do rebaixamento.
Para o especialista, o fenômeno se explica por dois motivos: o
fato de só haver, neste momento, duas equipes praticamente rebaixadas (Ponte
Preta, com 92%, e Náutico, com 99,9%), e o alto número de concorrentes para
escapar da degola (o décimo colocado, o Flamengo, tem 7% de risco). Isso faz
com que a disputa se acentue, e o perde e ganha pulverize os pontos entre os
times envolvidos.
Uma análise das tabelas de classificação das edições desde 2006
mostra que quase 70% dos times (29 de 42) que chegam às últimas 12 rodadas
colocados entre 15º e 20º melhoram seu desempenho nos jogos finais. O caráter
de urgência em conseguir pontos para escapar da degola muda o comportamento
dessas equipes.
Foto: arte esporte
Um bom exemplo é o Fluminense de 2009, que passou do 20º lugar,
com 26,4% de aproveitamento para 40,4% ao final do campeonato, arrancada
fundamental para levá-lo aos 46 pontos e escapar por apenas um do rebaixamento,
na 16ª posição. Outro é o Atlético-MG de 2010, que tinha apenas 28,2% de
aproveitamento, na 19ª posição, e conseguiu terminar com 39,5%, finalizando a
competição em 13º.
Em 2013, o fenômeno começa a se repetir. Dos seis times da parte
de baixo da tabela, quatro têm desempenho melhor nos últimos cinco jogos do que
seu aproveitamento geral no campeonato: São Paulo (46,6% contra 40,5%),
Criciúma (53,3% contra 38,1%), Vasco (53,3% contra 38,1%) e Náutico (40% contra
20,2%). Se o ritmo se mantiver na luta pela sobrevivência, maiores as chances
de a briga contra a degola ser ainda mais apertada até o fim do Brasileirão.
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