Por: Darino Sena. Fonte:
Correio 24horas
Edição: Jorge Luiz da Silva
Salvador, BA (da redação Itinerante do Blog
MUSIBOL)
Artilheiro tricolor na Série A não vê a cor
da bola. Foto: Erik Salles/BA Press
Esse ano o Bahia faz sua melhor
campanha nos pontos corridos. Nunca chegou à 30ª rodada com tantos pontos - 36.
Mas a campanha segue sem expressar a tradição e os anseios da torcida. Pelo
terceiro ano seguido, o Tricolor chega à reta final penando para não cair.
Pior. Por ironia, em sua melhor perfomance, a atual, nunca a distância pra zona
foi tão curta a esta altura - três pontos. Em 2011, a vantagem era de seis. Ano
passado, de oito. Sina triste e medíocre.
Só espero que o Bahia não pague
um preço alto demais pelos erros estratégicos ao longo da temporada. Os
tricolores não merecem. A festejada base que quase caiu nos dois últimos anos e
foi campeã estadual sem ganhar do Vitória em 2012, foi mantida. O time
desclassificado do Nordestão e humilhado pelo rival no Baiano, recebeu
pouquíssimos reforços. O bom início no Brasileiro iludiu os velhos cartolas.
Falou-se em Libertadores, esqueceu-se a realidade. A sequência irracional de
jogos no meio e fim de semana fez o elenco atingir seu limite mais rápido.
Faltou regularidade, reposição e qualidade.
Sobrou incompetência a Marcelo
Filho e Paulo Angioni, os “pais” da criança.
Bom treinador e menor dos
culpados, Cristóvão luta pra vencer adversários e as limitações do grupo. Já
jogou com três zagueiros, três atacantes, duas linhas de quatro e, agora, tem
usado até Souza numa linha de três meias. Tem adiantado pouco. Como diz meu
amigo Éder Ferrari, Cristóvão virou refém da escassez de talento disponível.
A nova diretoria, por ora,
prometeu e não cumpriu. Schmidt tomou posse alardeando negociações avançadas
com Léo Gago, Lucca e Michel. Chegou Wangler. O Bahia deve um mês de salário e
nove bichos aos jogadores. Mudou o quê?
O Vitória recentemente trouxe Juan,
Ayrton, Alemão, Kadu, Luiz Gustavo, Renato Santos, recuperou Marquinhos e William Henrique,
lançou Marcelo. Schmidt assumiu dia 10 de setembro. Bahia e Vitória tinham a
mesma pontuação - 23. O rubro-negro estava uma posição acima (13º), pelo saldo
de gols. De lá pra cá, foram 11 rodadas. Juan, Ayrton, Marquinhos e William
Henrique fizeram 10 gols nessas partidas. O Vitória subiu seis posições.
Wangler não foi titular em nenhuma, não deu assistência e não fez gol. O Bahia
caiu duas casas. O Vitória briga pela Libertadores. O Bahia, pra não cair .
Agora, o Tricolor enfrentará os
três melhores times do campeonato - o virtual campeão Cruzeiro e o vice-líder
Grêmio, ambos fora; e o terceiro colocado Atlético-PR. Terá também o Galo,
campeão da América. Ainda tem confrontos diretos com Lusa e Fluminense. Na
Vila, o Santos. A única barbada, em tese, é o rebaixado Náutico. Será?
Segundo os matemáticos, 48 pontos
eliminam o risco de degola. Faltam 12 pro Bahia. Ou seja, quatro vitórias em
oito jogos. O time vai ter que melhorar o aproveitamento atual, que é de 40% e
chegar aos 50%. Pela ineficiência dos
concorrentes, é provável que se salve com um pouco menos.
A esperança está na
imprevisibilidade. Quando menos se espera, o Bahia surpreende. Vide as vitórias
sobre o Botafogo e no clássico. Pode pesar também a diminuição da frequência de
jogos. Rodadas a partir de agora, só nos finais de semana. É mais tempo pra
descansar e treinar. Contam a favor ainda as decisões contra Lusa e Flu serem
na Fonte; e o histórico recente. Nos últimos oito jogos de 2011, o Bahia fez 10
pontos. Ano passado, fez os 12 de que precisa agora.
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