Fonte: Site oficial da FIFA. Fotos: © Getty Images
Edição: Jorge Luiz da
Silva.
Serrinha, Bahia (da
redação itinerante do Esporte Comunitário).
Como medalhista de ouro
no futebol masculino nos Jogos Asiáticos da
Juventude de Nanquim no ano passado, a Coreia do Sul voltou à histórica
cidade chinesa para a Olimpíada da Juventude como favorita. No entanto, apesar
de justificar a reputação com três vitórias em sua campanha até a final,
mantendo os 100% de aproveitamento, o conjunto asiático não intimida o Peru, o
outro concorrente ao título da competição. É o que afirma o técnico Juan José
Oré.
Um terremoto de 6,9 graus
de magnitude abalou uma área pouco povoada na região central do país andino
neste domingo, mesmo dia em que sua seleção sub-15 derrotava Cabo Verde para
chegar à decisão do Torneio de Futebol Masculino de Nanquim 2014. A triste
notícia, porém, servirá de motivação extra para Oré e seus jovens pupilos, que
enfrentarão a Coreia do Sul nesta quarta-feira querendo levar o sorriso de
volta aos rostos de seus compatriotas.
"Temos o necessário
para vencer. Eu acredito em meus garotos", disse ao FIFA.com o treinador
de 60 anos, que chegou a ser artilheiro do Campeonato Peruano nos tempos de
jogador, após a vitória de seu selecionado sobre a equipe do arquipélago
africano.
Experiência prévia
Para quem acha que Oré
está superestimando as chances de sua equipe, basta lembrar que o sub-15 do
Peru foi campeão sul-americano no ano passado. Pouco dado ao otimismo cego, o
técnico já sentiu o sabor de derrotar os sul-coreanos: foi na Copa do Mundo
Sub-17 da FIFA 2007, quando levou sua equipe à vitória pelo placar mínimo na
fase de grupos e chegou até as quartas de final, onde perdeu para Gana por 2 a
0.
"O elenco que tenho
agora foi escolhido a dedo. Os jogadores são todos excepcionais e têm muito
potencial, apesar de ainda poderem melhorar, é claro. Por isso, seja quem for
que encontremos na final, temos certeza de que jogaremos de igual para
igual", explica Oré.
O fato é que a equipe
peruana vem dando motivos para que a torcida do país sorria. Bem preparados e
muito talentosos, com qualidade e potência em todos os setores, os jovens
sul-americanos mostraram força de sobra em Nanquim. Segundo Oré, que vem
treinando as seleções de base desde 2007, a atuação do elenco é testemunho do
trabalho de formação de jogadores no país. "A base dos jovens no Peru é
muito boa. Tem muito talento por lá e acho que nosso futuro é brilhante",
diz com orgulho.
Uma das principais forças
do futebol sul-americano nos anos 70, o Peru deixou o papel de protagonista na
região há 30 anos – sua última participação em uma Copa do Mundo foi na Espanha
1982. No entanto, na última década, as gerações mais jovens vêm recuperando o
espaço perdido e progredindo rapidamente nas competições de base. Resultado
disso foram as classificações para os Mundiais Sub-17 de 2005 e 2007 e a grande
campanha na Olimpíada da Juventude deste ano. "Se este grupo continuar a
evoluir como vem fazendo, acho que pode ser decisivo para o retorno do Peruà
Copa", prevê Oré.
Craque de futuro
A ousada previsão do
técnico peruano tem sentindo com uma análise mais detalhada das boas atuações
de seus jogadores até agora, principalmente do atacante Franklin Gil, que
treina no Universidad San Martín de Porres. O jovem foi fundamental para a
trajetória do Peru até a final, marcando na vitória por 2 a 1 sobre a Islândia
e empatando o jogo com Cabo Verde — que acabaria em 3 a 1 — em um pênalti que
ele mesmo sofreu.
"(O Gil) foi muito
bem nos últimos três jogos. Espero que ele continue evoluindo e se torne o
pilar desta equipe", diz Oré. O camisa 14 do Peru tem plena consciência de
sua contribuição para a vitória do selecionado alvirrubro sobre os africanos
nas semifinais. "Estou muito contente com minha atuação, mas é claro que
toda a equipe fez uma grande apresentação. Sou muito grato ao apoio que recebi
de meus companheiros", afirmou o atacante depois da partida.
O jovem tem tanta
confiança no próprio talento que um dia pretende realizar seu ofício em
campeonatos de outros país, assim como seu ídolo, o meia colombiano James
Rodríguez, recém-contratado pelo Real Madrid. "Meu plano é jogar no
exterior no futuro, o que não só vai ajudar em minha formação, como também vai
ser uma retribuição para minha família, que vem dando todo o apoio para que eu
jogue futebol", conta.
O que anima o garoto
ainda mais é o fato de vestir a mesma camisa 14 de Claudio Pizarro, artilheiro
da seleção peruana e do Bayern de Munique. "Ele é o jogador mais famoso do
Peru e meu sonho é me tornar um grande jogador como ele",
afirma o jovem craque com
determinação.
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