Fonte: Futebol Interior
Imagens: Google
Edição:
Jorge Luiz da Silva.
Salvador, BA
(da redação itinerante do Esporte Comunitário)
Na tarde
desta quinta-feira, o Itaporã Futebol Clube abandonou a Série D do Campeonato
Brasileiro. E não foi por causa dos resultados, bons até o momento. Sem
recursos financeiros para pagar o salário dos atletas e com dificuldades
inclusive para mantê-los, a diretoria do clube achou melhor abrir mão da
sequência da competição, mesmo faltando apenas três semanas para terminar essa
primeira fase, isso para não piorar ainda mais a situação do time. Sem receber,
jogadores e parte da Comissão Técnica já haviam deixado a cidade nesta
quarta-feira e agora, Dione Lima, presidente, protocolou na CBF a saída do
campeonato.
A situação
crítica do Itaporã já se arrastava há algumas semanas, mas a diretoria, em
parceria com a Soccer Union, parceira do clube, ainda buscava uma solução para
o caso em encontros com empresários da cidade e com o poder público, sem
sucesso final, apenas a ajuda de alguns torcedores era o que se tinha concreto.
Assim, após a derrota para o Estrela do Norte-ES na última rodada por 3 a 1,
resultado que ainda manteve o time na briga por uma das vagas na próxima fase,
os primeiros jogadores começaram pedir desligamento.
Os primeiros
foram o volante Buru e o atacante Tiaguinho, que se transferiram para o Oeste
de Itápolis-SP. Por contusão, o atacante Fágner Lins e o meia Alex Cruz também
não poderiam mais ser aproveitados. Mesmo assim, o técnico Denilson Rafaine
tinha esperança de enfrentar o Villa Nova-MG no domingo com um time
competitivo, mas, também sem receber e após reunião com a diretoria, entregou o
cargo, sendo seguido depois pelos atletas.
Sem time e
sem ter como resolver a questão, só restou ao presidente aceitar o fato de que
continuar seria inviável. "Logo após o almoço protocolamos nossa
desistência na CBF. Infelizmente não tínhamos como continuar depois de
tudo". Agora, o Itaporã deve ser julgado pelo STJD pela atitude tomada,
mas, de imediato, o clube está fora de qualquer competição nacional pelos
próximos dois anos. "É uma pena pela bela campanha que vínhamos fazendo
graças ao trabalho da Comissão Técnica e dos jogadores, mas foi a única
saída", lamentou.
Para os
jogadores, a desistência ficou evidente ainda no início da semana. Nesta
quarta, vários deles se despediram do clube em mensagens nas páginas pessoais
do Facebook. Foram os casos do goleiro Roger Paranhos, e dos meias Uélison
Santana e Alex Cruz. Em comum, o agradecimento aos companheiros, aos torcedores
e um pedido de desculpas por não ter mais como suportar a situação.
"Espero dias melhores no futebol de Mato Grosso do Sul", postou Roger.
GRUPO A5
Sem o
Itaporã, resta saber agora como fica a situação da chave no Brasileiro, que
ainda tem o Brasiliense-DF, Anapolina-GO, Estrela do Norte-ES e Villa Nova-MG.
De acordo com CBJD, artigo 66 da Lei Geral da CBF, como restam apenas três
rodadas para terminar a fase, o Itaporã deverá ser declarado perdedor (W.O.)
nestas partidas, permanecendo os resultados anteriores.
Assim, se
não houver um entendimento diferente por parte do STJD, o Brasiliense segue
líder com 12 pontos, seguido pelo Estrela com dez, a Anapolina com seis e o
Villa Nova com apenas dois. O Itaporã estava na terceira posição com sete
pontos e chances até então reais de classificação, apesar de todos os
problemas.
LEI GERAL DA
CBF
Art 66.
§ 1º - Se o
abandono ocorrer apenas nas três últimas rodadas, as partidas correspondentes
serão consideradas perdidas, à semelhança dos casos de não comparecimento do
clube a campo, prevalecendo os demais resultados.
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