Texto: Ricardo Perrone. Fonte e foto: UOL (Rio de Janeiro).
Foto: Jamie McDonald/Getty Images
Edição: Jorge Luiz da Silva.
Serrinha, BA (da redação itinerante do Esporte Comunitário)
Felipão e banco de reservas do Brasil mostram decepção após a Holanda marcar no estádio Mané Garrincha. Jamie McDonald/Getty Images
Luiz Felipe Scolari enfrenta em sua própria casa rejeição à
possibilidade de continuar no comando da seleção brasileira. O UOL Esporte
apurou que a mulher do treinador, Olga, prefere que ele deixe a equipe
nacional.
Ela quer que o marido descanse após o furacão provocado pela goleada de
7 a 1 sofrida diante Alemanha nas semifinais da Copa do Mundo.
Neste sábado, depois da derrota por 3 a 0 para a Holanda, na disputa do
terceiro lugar, Scolari afirmou que já tinha combinado com a cúpula da CBF que
entregaria o cargo ao final da Copa, mesmo se fosse campeão. E que agora cabe
ao presidente da confederação brasileira, José Maria Marin, decidir se faz o
convite para que ele continue no cargo.
É possível que já nesta segunda Scolari tenha uma reunião com Marin para
apresentar seu relatório sobre a participação da seleção no Mundial e discutir
seu futuro.
Independentemente da vontade de Scolari, Marin espera resolver a
situação até o final desta semana. Enquanto o dirigente não anuncia uma
decisão, parte dos presidentes de federações estaduais cobra a saída de
Felipão, considerado ultrapassado por eles. É o caso de Delfim Peixoto,
mandatário da Federação Catarinense, e que será vice-presidente da CBF a partir
de abril do ano que vem, quando Marco Polo Del Nero assumirá a presidência. As
críticas do dirigente foram rebatidas por Scolari em entrevista coletiva.
Os dirigentes das federações estaduais não têm poder decisório na CBF.
Mas a opinião deles pesa num momento em que a cúpula da CBF quer um treinador
que goze de popularidade. Foi assim na escolha de Felipão para substituir Mano
Menezes. Na ocasião, Felipão era quase uma unanimidade entre dirigentes e
torcedores. Hoje, no entanto, ele é impopular também entre torcida e imprensa,
o que torna sua situação crítica.
O quesito popularidade ganha mais importância agora porque a direção da
CBF está acuada. Depois da derrota por 7 a 1 para a Alemanha, pedidos de CPI
para investigar a entidade foram ressuscitados na Câmara e no Senado. Além
disso, o Bom Senso FC, movimento que defende reivindicações dos jogadores, está
alinhado com a presidente Dilma Rousseff. Nesse cenário, tudo o que os
dirigentes não precisam é comprar briga desagradando a opinião pública com um
nome que tenha rejeição.
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