sábado, 7 de junho de 2014

Felipão homenageia o mestre Rubens Minelli na Seleção Brasileira


Fonte: Site da CBF
Fotos: CBF / internacional.com.br / bolavermelho.blogspot.com
Serrinha, BA (Da Redação Itinerante do Esporte Comunitário)



Felipão convidou na noite de quinta-feira um dos técnicos mais vitoriosos do futebol brasileiro para conversar com os jogadores: Rubens Minelli, campeão brasileiro pelo Internacional, Palmeiras e São Paulo.
Durante muito tempo cogitado para ser o treinador da Seleção Brasileira - sem nunca ter sido  -, ele  foi "convocado" por Felipão para fazer parte do ambiente que merecidamente poderia ter desfrutado nos anos 1970/1980.

Rubens Minelli e Candinho - que foi técnico da Seleção - juntaram-se aos jogadores para uma conversa no Hotel Transamérica. Eles passaram para o grupo muito de suas experiências e alertaram para os riscos que encontrarão na caminhada da Copa do Mundo.

- Você sempre orienta o filho sobre a maneira certa de se fazer algo. Fala várias vezes, insiste, até que vem alguém de fora e diz exatamente a mesma coisa. Aí o filho pensa: "opa, o certo deve ser isso mesmo". Foi com esse objetivo que convidei o Minelli, para passar para os jogadores toda a sua vivência.
Foi também uma homenagem e um reconhecimento à sua competência. Ainda jogador do Caxias, Felipão enfrentou várias vezes o grande Internacional de Rubens Minelli. Pôde ver que aquela maneira de jogar, aquele sistema tático, era o que de melhor poderia ter um time de futebol.


- Na época, o Caxias tinha um time muito forte, era o melhor do interior do Rio Grande do Sul. Mas não conseguíamos derrotar o Internacional, não havia jeito, o time que ele montou era espetacular. 
 Rubens Minelli tem certeza que era. Ele garante que não viu nada igual àquela equipe que teve o orgulho de dirigir.

- O Internacional jogava há 30 anos o futebol que dizem ser hoje moderno e competitivo.
O segredo do sucesso do Internacional estava baseado em conceitos que todo time vencedor tem de possuir, segundo Minelli.
- O Internacional era forte na parte física, tinha uma técnica aprimorada e uma obediência tática impressionante. Todos sabiam exatamente o que fazer em campo e todos corriam muito, até os mais talentosos.

O time colorado tinha craques como Figueroa, na zaga, e Falcão e Paulo César Carpeggiani no meio-campo. Para amparar essa qualidade, e garantir a proteção da defesa, Minelli não abria mão de um jogador mais marcador no setor - Caçapava era uma espécie de seu jogador-chave.
- Ele jogava à frente dos zagueiros e fazia a cobertura dos laterais. Mas também armava no meio-campo e atacava quando era necessário.
Felipão tem na Seleção Brasileira um jogador com as mesmas características. Mas há outras semelhanças entre os dois treinadores. O Grêmio dos anos 90 de Felipão tinha um sistema de jogo parecido com aquele Inter.

- Não tinha a mesma qualidade técnica, mas a maneira de jogar era muito parecida - concorda Felipão.
Um treinador vencedor
O técnico da Seleção Brasileira é um sincero admirador de Rubens Minelli. Por tudo o que ele fez pelo futebol brasileiro, e não foi pouco: Minelli foi campeão brasileiro pelo Palmeiras em 1969; tricampeão gaúcho pelo Internacional em 1974/75/76; tricampeão brasileiro pelo Internacional (1975/76) e pelo São Paulo (1977); campeão gaúcho pelo Grêmio (1985) e campeão estadual pelo Paraná em 94/97.
O primeiro, de tantos títulos, foi no primeiro ano como técnico profissional: campeão pelo América, quando levou o time de Rio Preto para a primeira divisão do campeonato paulista.
- Eu não tinha vocação para ser técnico. Foi completamente por acaso. Eu jogava futebol, mas como tinha quebrado a perna, fui convidado para dirigir um time de universidade e depois das divisões de base do Palmeiras.


Não tinha vocação, mas possuía, de sobra, capacidade de comandar e liderar. Requisitos que ele considera indispensáveis para um técnico ser vencedor.
.- Você nunca verá um grande time que não tenha um grande treinador - diz Minelli, quando questionado sobre a importância do técnico na montagem de uma equipe.   
Aos 85 anos, com inteligência e o dom de cativar as pessoas com sua boa conversa, Minelli garante que não tem saudade do futebol. Ele tem a consciência de que cumpriu bem o seu papel.

- Foram 2.173 jogos em 43 anos como treinador – conta, orgulhoso.
Rubens Minelli tinha muito mais para contar. À mesa, depois do jantar, Felipão, Parreira, Murtosa, Candinho, o analista de desempenho Thiago Larghi, o treinador de goleiros Carlos Pracidelli e o preparador físico Anselmo Sbraglia ouviam e trocavam histórias que - se a Seleção não tivesse concentrada - certamente entrariam pela madrugada.





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